Estamos, claramente, na era da transformação digital.
A transformação digital requer uma mudança estrutural nas organizações. Embora ainda não seja claro para todos, o principal desafio é de gestão e não simplesmente de tecnologia. É fundamental que os gestores das empresas interiorizem que esta é uma necessidade vital. Deverá ser um processo contínuo de mudança organizacional estratégica.
A digitalização de processos iniciou-se há mais de 30 anos, mas a verdade é que nunca estivemos tão dependentes do digital como estamos atualmente. E a pandemia mostrou-nos a importância da transformação tecnológica para a sustentabilidade dos negócios.
É evidente que a tecnologia tem sido uma das maiores aliadas dos processos industriais nos últimos anos. Conhecida por Indústria 4.0, ou quarta revolução industrial, a transformação digital não é mais nem menos que a digitalização dos processos do negócio. Permite melhorar o desempenho das organizações, assegurando a eficiência máxima do seu negócio, desde os seus processos produtivos, às vendas, ao apoio ao cliente e, indubitavelmente, nas áreas financeira e de marketing.
Se, anteriormente, eram necessários dias ou meses para organizar/analisar a informação resultante da produção, hoje em dia, podemos ter essa análise em minutos, apenas com alguns cliques dentro de um sistema ERP (Enterprise Resource Planning). Esta evolução gera competitividade e sobrevivência num universo em acelerada transformação.
Sabemos que a finalidade do modelo 4.0 é integrar e conectar máquinas, sistemas de automação, etapas de desenvolvimento com tecnologia da Internet das Coisas (Internet of Things – IoT). Contudo, há um caminho a percorrer e a entrada na era 4.0 inicia-se com passos simples, tais como: parar de usar papel e caneta e começar a utilizar registo em software adequado para o efeito. Esta pequena mudança tem (de imediato) a vantagem de evitar a duplicação de tempo dedicado à mesma tarefa. Reduz, assim, o desperdício associado a tempo e recursos. Inevitavelmente estaremos a trabalhar para a melhoria contínua. A intenção é promover a transformação digital em todos os setores dentro da indústria, inclusive o chão de fábrica.
O acesso rápido a dados reais de chão de fábrica, facilitará as tomadas de decisão. Será possível prever a necessidade de matérias-primas e espaços/máquinas. Os dados permitirão trabalhar continuamente para reduzir custos e aumentar a produtividade.
A indústria 4.0 acaba por ser um movimento natural de transformação de sociedade. Exige uma mudança de mentalidade. A população, em geral, relaciona o uso da tecnologia a uma forma de controlo do seu trabalho ou à possibilidade de reduzir os postos de trabalho. Desta forma, é fundamental que as pessoas sejam valorizadas na sua organização. As pessoas são a base de qualquer mudança organizacional e devem ser, sempre, o centro da estratégia de qualquer objetivo pretendido por uma empresa. Cada membro da organização tem de saber o seu papel e tem de perceber que a tecnologia será fundamental para que o seu tempo seja alocado a tarefas que acrescentem valor.
A transformação digital envolve tecnologia. Porém, não existirá transformação digital se a estratégia da gestão de topo não envolver pessoas, que contribuam ativamente para a evolução dos processos na sua organização.